CARTA AOS PAIS
Meu irmão.
Evocamos as homenagens que lhe são tributadas, pela nobre missão que o Senhor da Vida lhe concedeu, na condição de pai na Terra, venho ao encontro de seu coração, a fim de que possamos, juntos, refletir acerca de alguns elementos que muitas vezes, são deixados lado, por variados motivos.
Você sabe que ser pai no mundo é honrosa oportunidade com que Deus brinda o homem, com que abençoa a masculinidade, homenageando a sua função co-criadora, ao lado da mulher que se fez mãe pelos vínculos carnais.
Assim, meu irmão-pai, torna-se necessária a sua atenção para os episódios mais estridentes que acontecem nos momentos que passam, na conjuntura social.
Ouve-se falar dos tormentos dos vícios, do tóxico em particular, solapando as energias jovens, começando a destroçar a criança, ainda nas primeiras experiências infantis, enleando até mesmo os seus filhos na volúpia viciosa, e tantas vezes você não se interessa e, por isso, nada vê.
É verdade que você se encontra preocupado com a manutenção doméstica. É valido que você se torne o eixo em torno do qual giram preocupações. É compreensível que esteja cansado, ao voltar dos sucessos cotidianos da profissão.
Porém papai, não deponha sobre os ombros da companheira-mãe a responsabilidade de, sozinha, conduzir o lar, educar a prole, acompanhar os passos dos pequenos e dos mocinhos, fazendo-se presente onde se torne preciso. Você pode e necessita, meu amigo, na condição de genitor, participar desse luminoso esforço, que é o de conduzir ao Criador as almas que lhe foram apresentadas na função de filhos.
Quantas vezes você tem mirado nos olhos dos seus filhos para sentir-lhes as realidades intimas, pelas “janelas da alma”?
Quantas vezes você tem renunciado a um lazer para que esteja com eles, nos compromissos escolares em que se faça importante a sua pessoa, numa ou noutra atividade social, a fim de que se sintam apoiados por sua presença a dar-lhes segurança?
Quantas vezes você tem dialogado com seus filhos, ouvindo-lhes as opiniões sobre a vida, as pessoas, os fatos cooperando no esclarecimento de equívocos e fazendo recolocações devidas, auxiliando-os a caminhar pelas vias do discernimento?
Quantas vezes visitou, você mesmo, os ambientes, os redutos, nos quais vivem e se agitam seus filhos, a fim de conhecer onde estão comumente, com quem estão e o que fazem, demonstrando interesse pelo acerto deles na vida?
Quantas vezes chamou-lhes a atenção, com carinho e energia, ao vê-los bandear-se para caminhos obscuros, induzidos pela propaganda tendenciosa do mal ou pelas opiniões de quem se lhe apresenta como liderança da moda?
Quantas vezes você conseguiu conversar, sem gritar; orientar, sem imposição descabida; corrigir, sem agressão, para que eles adquirissem o senso do equilíbrio das proporções e da tranquila disciplina?
Pense, meu irmão, pense seriamente, desarmado emocionalmente, para verificar se não terá tido ou se não tem participação nos equívocos em que os filhos se lançam por ignorância ou desamparo, por falta de sua assistência...
Se, muito bem, que você ama seus filhos. Entretanto, o amor, sendo a virtude por excelência, deve ser vigilante e perspicaz, para que, em seu nome, a insensatez e assombra não se estabeleçam.
Hoje, quando tantos filhos sofrem a carência da presença dos pais, Vigie-se para não trocar por presentes matérias a atenção que lhes deve, de modo a conquistá-los. Ainda que tenha coisas para dar, dê-as, mas oferte-se a eles. Sorria com eles, corra com eles, ajude-os em pequenos serviços, em singelos deveres escolares. Ouça-lhes as historias simples do dia-a-dia, vividas com colegas e amigos. Dê valor às suas dificuldades, sem exageros prejudiciais, contudo. Pergunte-lhes, ao tornando-se, assim, amigo-confidente, para que seja aceito como conselho.
Mas, não se olvide de que todas as suas orientações, palavras e ensinos se esboroarão, ruirão por terra, se você apenas quiser ensinar, sem que viva, nobremente, os ensinos que ministra.
Reflita, pai querido, que seus rebentos lhe conduzirão a mensagem de vida aonde quer que forem, impregnados que estarão por tudo quanto lhes houver oferecido.
Não se esqueça, ainda, papai, que você não está a sós, com sua companheira, para o conduzimento dos filhos. Contam vocês com a assistência e com a participação dos nobres Emissários do Bem, que se fizerem seus Anjos Guardiães, e que têm interesse em recambiá-los a Deus, valendo-se da sua disposição de pai e mãe na Terra.
Não diga que se torna difícil a lide, por lhe faltar o burilamento da cultura escolar. Para orientarmo-nos pelo bem, pelo caminho correto, junto aos nossos afetos, não temos necessidade de diploma, mas, sim, de bom senso e maturidade, aliados a uma profunda confiança em Deus.
Repito-lhe que os Espíritos Avalistas da sua família acompanharão as suas lutas e dificuldades, limitações e empenhos, suprindo onde seja necessário, a fim que você consiga avançar, cooperando com o Criador de modo efetivo, e mais afetivo, alcandorando-se com os seus educadores bem formados.
Ao abraçá-los por sua coragem e por seu amor, junto aos filhos amados, auguramos-lhes verdadeiros progressos, na marcha para a real felicidade, após a sua missão devidamente atendida.
Vereda Familiar - J. Raul Teixeira
José Raul Teixeira
sábado, 19 de maio de 2012
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Kardec e a Boa Educação
Wellington
Balbo – Wellington_plasvipel@terra.com.br
Em um programa de televisão assisti entrevista que
um jurista concedeu. Afirmou o conhecedor da lei que os constantes acidentes
nas estradas brasileiras que causam cerca de 100 vítimas fatais todos os dias,
acarretando um prejuízo de 22 bilhões aos cofres públicos por ano, tem como
agente causador a deseducação do cidadão brasileiro no trânsito. Estou de
acordo, aliás, creio que todos estamos.
E ainda brincando com os
canais da televisão, encontrei no mesmo dia entrevista com dois educadores que
afirmavam a necessidade de se investir substancialmente na educação para o
desenvolvimento econômico de nosso país. Concordo, creio que o leitor amigo
também.
E ainda na televisão, em
outro programa de entrevistas, assisti o ator, autor e diretor Juca de Oliveira
pedir uma educação ética mais rigorosa por parte de pais, educadores e
formadores de opinião.
O jurista se referia a
educação no trânsito, os educadores se referiam a educação provinda dos livros
e o ator discursava sobre uma educação rigorosa nos padrões de moralidade.
Dentro dessas três
entrevistas encaixamos Kardec, o notável pedagogo francês, que no século XIX
mostrava a necessidade de uma educação mais abrangente, que prepara o ser
humano para atuar de forma ética em toda a sociedade. Uma educação poderosa,
que causa uma revolução nos costumes, porque desperta o cidadão para uma visão
abrangente da vida, demonstrando que, suas atitudes ecoam pelo universo. Em O Livro dos Espíritos, no Cap. Lei do
Trabalho, Kardec faz comentário esclarecedor: (...) Há um elemento que não se
costuma considerar, sem o qual a ciência econômica torna-se apenas uma teoria:
é a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral; não ainda a
educação moral pelos livros, mas a que consiste na arte de formar o caráter,
que dá os hábitos: porque educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando
se pensa na massa de indivíduos lançados a cada dia na torrente da população,
sem princípios nem freios e entregues aos próprios instintos, devem causar
espanto as conseqüências desastrosas que resultam disso? Quando essa arte for
conhecida e praticada, o homem trará hábitos de ordem e de previdência para si
e para os seus, de respeito pelo que é respeitável, hábitos que lhe permitirão
atravessar menos angustiado os maus dias inevitáveis. A desordem e a
imprevidência são duas chagas que uma educação bem conduzida pode curar; aí
está o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança
de todos (...)
Como prova da atualidade
do comentário de Kardec podemos recorrer aos
livros de história que escrevem em suas páginas afirmando que, muitos
dos preconceitos que nos impedem inclusive de grandes vôos no cenário
econômico, são frutos de um passado de desatenção quanto aos valores da
educação moral. Muitas penitenciárias construídas demonstram que, as noções
básicas de moral e ética ou não foram transmitidas, ou foram deturpadas.
Obviamente que há indivíduos refratários a qualquer tipo de instrução, contudo,
também é verdade que muitos são aqueles que se desvirtuam do caminho do bem e
da verdade porque lhes faltaram noções
elementares de respeito ao próximo.
Se levamos nossos filhos
à escola para que adquiram noções básicas de determinadas matérias, deveríamos
também iniciá-los nas questões concernentes a educação ética e moral.
Muitos dos crimes que
presenciamos hoje na sociedade devem-se a forma permissiva com que lidamos com
alguns deslizes morais. Acobertamos a mentira, a corrupção, pregamos a
irresponsabilidade e depois nos desesperamos com as conseqüências. Grande parte
desses acidentes de trânsito que ceifam vidas e acarretam enormes prejuízos ao
país, são filhos da negligência com que tratamos as questões envolvendo as
bebidas alcoólicas. Há postos de gasolina nas margens das rodovias que
comercializam bebidas alcoólicas. Um trio quase que imbatível para a morte:
venda de bebidas, estradas e direção. O brasileiro, infelizmente se encaixa no
padrão do motorista que bebe e dirige. O que vem a ser isso senão total
deseducação.
Outro caso significativo foi de jovem escritor,
habilidoso com as palavras, tinha facilidades para construção de frases,
contudo, um desastre na distribuição de idéias. Pregava a liberdade, mas de
forma deturpada, dizia que admirava aqueles que cometiam o suicídio porque os
considerava livres, senhores de si mesmos. Em sua opinião o suicídio era um
grito de liberdade, um ato de rebeldia para com uma sociedade injusta. O
lamentável é que esse escritor distribuía seus textos em prol do suicídio pela
internet, o que bem sabemos, pela sua velocidade alcança criaturas em diversos
rincões do mundo em tempo recorde. Imagino o prejuízo que textos desse nível
podem causar quando encontram corações combalidos e mentes dispostas ao
auto-extermínio. Tivesse esse jovem uma educação sedimentada nas bases que
Kardec propõe e jamais utilizaria seu talento em favor de idéias macabras.
Por isso podemos afirmar
que todos os problemas que envolvem nosso mundo têm sua origem na deseducação
das pessoas. Os acidentes, a fome, violência, analfabetismo, injustiças, são
conseqüências de um mundo onde a educação ainda engatinha. Dia desses, vi
estampado em mensagem seguinte frase: “Minha educação depende da sua”.
Lamentavelmente é uma prova cabal de que não somos senhores de nossos atos, ou
seja, se você me trata bem retribuo o tratamento, se me trata mal também
retribuo seus “carinhos”. Frase típica de pessoas mal educadas. Ideal que
funcionasse da seguinte forma: “Minha educação jamais depende da sua”. Sou
senhor de meus atos, e nada do que você faça irá tirar a serenidade com que
lido com as situações, mesmo as mais complexas. Prova de educação e equilíbrio.
Por isso, fundamental que
nos atentemos para a importância de nos educarmos moralmente, de modo que
acidentes, fome, violência, intolerância e tantas barbaridades que grassam no
mundo não encontrem eco em nossa maneira de proceder perante a vida.
Pensemos nisso.
Artigo publicado originalmente na
revista virtual O Consolador, Ano 1, no
36, de 23/12/2007 e reproduzido com autorização do autor
terça-feira, 1 de maio de 2012
As Causas Espirituais da Hipertensão
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